Um pouco sobre mim...
Uma menina que cresceu entre muitos adultos, sempre imersa nas histórias dos antigos. Era doce, gentil e curiosa, muito curiosa.
A paixão sobre o contar de histórias ia alimentando junto de outras …uma trama se fazia em minha vida. Na infância companheira de minhas avós, já tinha como hábito o pedido de histórias antes de dormir. O gosto da escuta aprendida com meus pais, ia montando em minha mente as histórias contadas por elas antes do adormecer. No escuro do quarto, sentada em minha cama, ali deitadas enquanto dormiam respondendo as minhas inúmeras perguntas, tentando alimentar minha infindável sede de escuta, por sempre um pouco mais, ficava eu o silêncio de resposta e o incansável tic-toc do relógio que me angustiava. Mal sabia que significado viria a ter todos esses elementos tão simbólicos.
Meu irmão mais velho me apresenta através de contos a mitologia, mais uma linha do tecer, que hoje ouso chamar de biblioterapia. Descubro Freud e me apaixono pela psicologia, sem saber ainda ao certo sobre a psicanálise, até ser tomada por ela ainda no início da faculdade São Marcos, tão certo quanto o escutar, se fez os psis (psique, psicologia, psicanalise) em mim, minha trama pessoal, que hoje tenho imenso prazer em usar como instrumento profissional, com a lapidação continua de meu inconsistente instrumental. Sempre questionando o funcionamento do fisiológico parto para ter um olhar que vai dar amplitude a neuropsicologia. Estudando as dinâmicas familiares, descubro a psicologia jurídica e também a adiciono em minhas questões e estudos, o que a meu ver todas elas vão estruturando as questões da psiquê.
Denominação própria: Artesã da alma.
Explicando um cadinho sobre as terminologias...
Psique, podemos dizer que é formado pelos fenômenos que ocorrem na alma/mente humana, como um computador: os órgãos são o hardware e o cérebro o software. Cada sujeito desenvolve o seu software, que é resultado das vivencias e percepções do mundo. O banco de dados da psique é o inconsciente, ele tem a função de armazenar todo o conteúdo.
Consciente, inconsciente e pré-consciente – A grosso modo quando dizemos que os nossos impulsos e moralidade são a sede de forças cegas, quero dizer que seu funcionamento é inconsciente. O Ego alias só em parte é consciente. Convém lembrar que é um esquema: o que é importante compreender em suma, é que o inconsciente, fonte de força afetiva, este que bem depressa se divide contra si mesmo. É exatamente isso, “dividido contra si mesmo”. Veja, se o conjunto de ideias que representamos num dado momento, o chamado consciente. De todas aquelas que estão, neste momento, fora do nosso campo consciente, estas nada mais são que inconscientes. Mas aqui, é preciso distinguir as que podemos evocar à vontade – pré-consciente, e, por outra parte, o inconsciente propriamente dito, que permanecerá sempre praticamente desconhecido. Curiosamente o inconsciente é um receptáculo de representações psíquicas, falantes em seu diferencial particular de seu banco de dados, com sua programação única e própria.
O que aliás gosto de ilustrar com a figura do iceberg, já batida e cliché eu sei, porém ela cai perfeitamente nesta explicação de forma simples. A parte emersa do iceberg, aquela que fica visível, representa apenas um pequeno pedaço de sua verdadeira dimensão. Sua maior parte permanece submersa, escondida sob as águas. Assim é a mente/alma humana. Aquilo que a gente entende como fácil na nossa mente é apenas a ponta do iceberg, o consciente. Enquanto o inconsciente é esse pedaço submerso e insondável. Neles estão nossos atos falhos, sonhos, esquecimentos, memorias banidas, paixões, obsessões, confusões e afins…
Que por sua vez são resultantes em sintomas, o que são sintomas para a psicanálise?
A palavra sintoma, traz a mente a ideia de uma febre, uma dor em alguma parte física que poderá ser diagnosticada pelo médico e tratada, pois bem, na psicanalise o sintoma também pode ser uma dor, mas psíquica, que por sua vez é aquilo que a pessoa guarda em seu íntimo e tem de mais precioso, uma formação do inconsciente, que pode vir junto de um adoecimento físico, mas aqui não existe esta regra.
Deixe-me iniciar pela angústia, se acontece desde seu início, onde a pessoa investe em algo, que por sua vez sofre interdições no mundo exterior, a representação deste investimento é reprimida, mas a carga efetiva de investimento é mantida, ela se converte em angústia. A angústia, este mal-estar, inebriante, vê a sua intensidade depender de dois fatores: por um lado, a importância da carga efetiva que se desprende de seu suporte original, por outra parte, o grau mais ou menos total, mais ou menos categórico, de entrave imposto a pulsão. Se a carga afetiva encontra meio de inserir-se numa outra ideia, melhor tolerada pelo mundo exterior, temos a formação de um sintoma. Aqui a utilização quase irreconhecível da pulsão reprimida, parece liberta-la de sua angustia anterior e proporciona um sentimento imediato de bem-estar. Um exemplo simples, que ouvi inúmeras vezes de meu professor de psicanálise; uma pessoa que está proibida de entrar numa balada X, como ela faz para entrar? Usa uma fantasia, vai mascarada de qualquer outra coisa e passa pelos seguranças.
Mas somente nos primeiros anos de vida as pulsões esbarram com obstáculos do mundo exterior, as interdições que vem mais tarde, no final das primeiras experiências, depressa se encarregaram de invadir a própria personalidade do indivíduo.
Continuaremos com os tipos de sintoma mais conhecidos, ansiedade, depressão.etc.
*Autores usados para embasamento da escrita: Sigmund Freud e Françoise Dolto
Estágios de desenvolvimento de Erikson
Erikson era um psicanalista americano conhecido por sua teoria geralmente aceita do desenvolvimento da personalidade. Erikson estava convencido de que as pessoas continuam a mudar suas vidas e sempre continuam ganhando novas experiências e conhecimentos. Se não fosse esse o caso, então, quase sem exceção, ficaríamos presos em um certo estágio (inicial) de nosso desenvolvimento. Algumas pessoas, no entanto, se recusam a se tornar adultos, enquanto outras são forçadas a se cuidar em uma idade jovem. Isso está intimamente relacionado ao ambiente em que você cresce.
Confiança Basal vs. desconfiança básica (0-1 anos)
Recém-nascidos desenvolvem a partir do primeiro dia relações de dependência, sobretudo com sua mãe. Atende a todas as necessidades do bebê. Graças a esse cuidado íntimo, a criança descobre e experimenta que pode confiar plenamente em seus pais, desde que cumpram consistentemente essas necessidades básicas. À medida que os sentidos do bebê se desenvolvem, ele ou ela é cada vez mais capaz de reconhecer seu ambiente imediato. Então eles cuidadosamente começam a explorar, com a primeira vitória de não sentir mais medo e ansiedade quando a mãe está (por um momento) fora de vista ou não tão perto. Se as crianças pequenas não se confrontarem e ultrapassarem a sua ansiedade (instintiva) de separação, sofrerão mais tarde com ceticismo e desconfiança crónicos.
Causa vs. inferioridade (6 anos até a adolescência)
As crianças vão para a escola nessa fase. E se elas se sentirem à vontade ou insatisfeitas, receberão reconhecimento pelos esforços mostrados aqui. Elas estão em condições de adquirir novas habilidades e conhecimentos. Em resumo: tornar-se produtivo. Nossa cultura tornou-se altamente especializada neste tema, tornando a sociedade como um todo mais complexo e a iniciativa individual mais complicada. O risco inerente a essa etapa é que, na falta de confirmação, as crianças podem começar a acreditar que estão falhando e, assim, desenvolver sentimentos de inferioridade.
Autonomia vs. vergonha (1-3 anos)
Durante este estágio, a criança aprende a se mover de forma independente. Chorar e se recusar a engatinhar ou andar, são usados para conseguir o que desejam. Se o ambiente (social) não satisfaz plenamente o que as crianças precisam, elas começam a duvidar de si mesmas e dificilmente ousarão tomar iniciativas. A vergonha é expressa neste estágio como não querer ser vista, o rosto se escondendo, as birras, o choro e o comportamento similar que testemunham a sobrecarga emocional. O controle parental deve ser determinado nesses momentos e, ao mesmo tempo, acalmar e acolher a criança para que ela desenvolva autonomia.
Identidade vs. confusão de papéis (puberdade, é a transição da criança para a adolescência, em média 13 anos)
Durante este período de surto de crescimento de mudanças biológicas (e hormonais), os adolescentes começam a duvidar de tudo o que confiavam anteriormente. Isso significa, para todos os conhecimentos, habilidades e experiências que eles ganharam até aquele ponto. Com a consequência mais radical: uma crise aguda de personalidade. Os adolescentes estão muitas vezes em apuros com sua própria autoimagem e lutam violentamente com a tensão de sua identidade mutável, é uma fase de adaptação muito grande, onde já não é mais criança, nem tampouco adulto, onde me encaixo é a pergunta mais frequente, que vai aparecendo em muitas formas, inconscientes, em seus atos e dificuldade de escolhas, o que cria confusão interna. Os adolescentes são, portanto, enormemente suscetíveis a todos os tipos de impressões e geralmente tendem ao idealismo explícito. Se eles processam este tempo turbulento no caminho certo, isso leva a um caráter sólido e individualmente equilibrado. Se isso não funcionar, eles continuarão tendo dificuldades para segurar quem são.
Iniciativa vs. dívida (3-6 anos)
Se algo é característico deste período, é o desejo de tomar a iniciativa. Totalmente em jogo, eles podem descobrir todos os tipos de papéis e deixá-los viver livremente. A criança aprende a conhecer e moldar sua própria identidade e potencial. Você imagina quem e o que você quer se tornar depois que está tomando iniciativa nessa idade. A rivalidade e o ciúme também podem surgir nesse estágio. A criança sempre quer ser o centro das atenções e revolta assim que a mãe dá atenção a outra pessoa. Se eles não receberem esse tratamento privilegiado, eles se sentirão culpados e preocupados.
Intimidade vs. Isolamento (21-39 anos)
Esse dilema ocorre quando o jovem adulto começa a editar seu profissional, emocional e político, ao mesmo tempo percebe que tal posicionamento social é irrevogavelmente acompanhado de sacrifícios. Se o medo os impede de entrar em tais obrigações e relacionamentos, eles correm o risco de isolamento social. Ao tomar decisões importantes e enfrentar desafios, eles alcançam estabilidade nesse estágio. Suas visões sobre trabalho, amizade e família se aprofundam e se fortalecem. Tudo somado, eles são o passo definitivo para a independência e maturidade.
Generatividade vs. Estagnação (40 - 60 anos)
Erikson definiu a geratividade como o desejo mais tarde na vida, de guiar as gerações mais jovens e ajudá-las a encontrar seu lugar no mundo. Se isso não acontecer, pode-se experimentar um sentimento indesejado de estagnação pessoal, não mais transcendê-lo e não contribuir para o futuro. Somente quando as pessoas experimentam desapontamentos e triunfos, se dedicam com tempo e atenção a geração e disseminação de suas ideias, elas podem finalmente experimentar o que é crescer.
Integridade do ego vs. Desespero (60 + anos)
A última fase pode ser um estágio sereno ou inquieto. Tudo depende de como as idades anteriores foram resolvidas. Uma pessoa idosa deve ser capaz de formular uma avaliação sábia de seu tempo, na qual prevalece o reconhecimento do real e do entendimento do mundo. No entanto, se houver conflitos ou estágios iniciais de desenvolvimento estagnados em que você ainda desempenha um papel de sênior, provavelmente será atormentado por um medo fervoroso de doença, sofrimento e luto.
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